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A performance de parecer forte: quando a aparência pesa mais que o talento.

Atualizado: 3 de jun.

Vivemos tempos em que a aparência do talento vale mais que o próprio talento.

LinkedIn virou passarela. Tem profissional desfilando mais look do que competência, posando de autoridade com um feed esteticamente impecável, mas entregando conteúdo com o valor nutricional de uma alface de plástico. Sabe aquele prato lindo no Instagram de restaurante chique que, na boca, tem gosto de castigo? Pois é. É disso que estamos falando.


Tem quem venda presença sem entrega. Tem quem venda imagem sem densidade. Tem quem só venda.


E o mercado, coitado, continua com fome.

Não é só sobre usar filtro ou clarear os dentes, é sobre uma cultura que confunde performance com profundidade. Que exalta o “parecer ocupado”, o “estar em movimento”, o “mostrar resultado”...mesmo que esse resultado não exista. É o “não tenho tempo nem pra respirar”, postado às 7h02 da manhã, já com o cafezinho estratégico na mão e a legenda pronta: "na correria, mas com propósito."


É a estética da produtividade. A estética da resiliência. A estética da autoridade.


Mas me diz uma coisa: de que adianta você parecer forte, se por dentro está em frangalhos tentando sustentar uma personagem que nunca te coube?

A autoridade de verdade não precisa gritar. Ela não performa, ela sustenta. Ela não se monta, ela se constrói. E, principalmente, ela não precisa ser validada o tempo todo, porque ela existe mesmo quando ninguém está olhando.


Você não é o seu feed.


Você é o que entrega. O que resolve. O que muda a vida das pessoas com seu trabalho, mesmo sem reels, carrossel animado ou a bendita Porshe de fundo.

E já que estamos sendo sinceros: quem nunca viu uma autoridade derreter ao vivo que atire a primeira ring light. Basta uma pergunta fora do script, uma objeção do cliente, um improviso...e pronto. A maquiagem da competência escorre.

É como diria o meu avô: "quem quer passar por grande sem poder, acaba passando por pequeno sem saber."

E pra provar que a vida é irônica, estamos assistindo à CPI das Bets, que virou, na prática, uma CPI dos Biscoitos. Um palco onde alguns tentam sair aclamados como justiceiros do povo, enquanto outros, antes queridinhos do algoritmo da moral, saem com a reputação mais derretida que vela em missa de sétimo dia.

Moral da história?


Não é o blazer alinhado que faz um líder. É o conteúdo do que ele diz quando o microfone está aberto.


Então, se você anda mais preocupado com o filtro da sua foto do que com o filtro do seu pensamento, talvez seja hora de rever a estratégia.


E aqui vai o verdadeiro plot twist:


Ser autoridade não é parecer. É ser. E ser, às vezes, dá trabalho. Dá medo. Dá calafrio. Mas ah...como dá retorno.


E você? Já se pegou performando autoridade ao invés de sustentá-la? 

Me conta nos comentários. Vamos conversar com verdade. Porque de fachada, o LinkedIn já tá cheio.

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